Bastidores da TV – A hipnose que ninguém vê
- 10.01.2020
- Publicado em Artigo, Hipnose
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Com um sorriso verdadeiro e cabelo falso, o apresentador de calças largas e camisa bem apertada, dispara em alto e bom som: – Continuando nosso programa, que entre ao palco o famoso hipnólogo! [palmas gravadas e gritos histéricos ecoam na caixa de som].
– Vamos lá, meu caro, mostre-nos seus poderes!, diz o apresentador após dar uma olhadela no aparelho do IBOPE.
E lá vai o hipnólogo. Olha para uma pessoa e, sem pestanejar, diz: DURMA!
Pimba! A pessoa cai estatelada no chão, imóvel, completamente hipnotizada.
Esta é a imagem que nós, brasileiros, aprendemos a ter da hipnose. Um estalar de dedos e uma olhada fulminante como métodos místicos de se hipnotizar alguém. Desculpe-me por quebrar sua ilusão, mas, não é bem assim que acontece.
Ah, hipnose não é ilusionismo, ela não depende de segredo algum para acontecer. Na verdade, quanto mais desmistificarmos esta prática, mais será aceita e praticada por todo o Brasil. Veja só:
1 – Hipnose é baseada em engajamento e não em dedo estalado. Se não houver um acordo entre as duas partes, a hipnose não vai acontecer;
2 – Esses vídeos que vemos por aí de hipnólogos pela rua, dizendo algumas palavras e colocando pessoas em transe em segundos são FAKE. Se quiser saber o porquê, leia o item 1;
3 – Nas apresentações de TV, as pessoas que serão hipnotizadas já foram devidamente preparadas. Todo o processo de pre-talk, convincers, contratos e indução já foram realizados nos bastidores. Caso isso não seja feito, o processo terá que acontecer no palco;
4 – A reindução é sempre muito mais rápida do que a indução. Se uma pessoa levou 40 minutos para ser hipnotizada nos bastidores, bastam apenas alguns segundos ou aquela estalada de dedo para que a hipnose aconteça novamente;
5 – Caso você for apresentar algo na TV, diga a verdade sobre as pessoas que serão hipnotizadas. Tudo bem falar que já passaram pelo processo. Viver uma mentira é uma terrível prisão. Ser ético é ser BRAVO!